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terça-feira, 29 de maio de 2012

A preocupante situação no Quilombo Rio dos Macacos #SomosTodosQuilombo



Quanto aos últimos acontecimentos no Quilombo Rio dos Macacos, sob o assédio e cerco da Marinha brasileira (notícia neste link), quem presenciou o incidente se confessa triste e revoltado por constatar a total inexistência do Estado de Direito junto às populações negras, sobretudo aos quilombolas. Diante da presença dos ativistas, os militares recuaram, mas tal fato não é tranquilizador.

Gellwaar Adun, em depoimento pelo Facebook, assim se refere aos fatos do dia 28 de maio e às iniciativas dos ativistas:

Saímos de lá há mais ou menos três horas. Há muita coisa a ser narrada, mas, confessadamente, a tristeza e o ódio por constatar a total inexistência do Estado de Direito junto as populações Negras, em especial quilombolas, nesse momento me tira qualquer tesão para escrever com detalhes sobre o dia de hoje, 28 de maio de 2012, no Quilombo Rio dos Macacos. Nota: aquela comunidade não conta sequer com o Direito de Ir, Vir e Estar.

Conquistamos o recuo dos militares, mas isso não significa absolutamente nada. Nada. 

“A ditadura acabou pra quem, cara pálida?”, diria o canoeiro de São Félix. A dita cuja continua viva, como sempre esteve, acossando comunidades Negras, a exemplo do Quilombo Rio dos Macacos e outros territórios Negros. 

Amanhã (29 de maio), às 14 h, teremos uma PAUTA IMPORTANTE na Defensoria Pública, que fica no STIEP.  É importante que o máximo de pessoas esteja presente. 

Na sexta feira (1º de junho), teremos reunião na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e, possivelmente, com a presença da Ministra. O horário será definido ao longo da semana. 

Estou realmente cansado e triste com tudo o que presenciamos hoje e com o estado de alerta/tensão que uma situação dessas acarreta, pois não sabemos o que poderá ocorrer esta noite ou durante os dias que seguem. A nossa presença, em grande medida, explicita aos militares que não estamos para brincadeira. No entanto, preocupamo-nos exatamente com os momentos de nossa ausência. 

Queremos agradecer a mobilização de todo mundo em torno da questão. Mantenhamo-nos alertas. Miriam Castro, Josineide da Costa Atividades Denuncio, Fabio Arruda, Daniela Luciana Silva Conceição Oliveira Luana Soares e todos os demais ativistas.  A predisposição de vocês para a luta e articulação/mobilização nacional sempre foi e é fundamental. O Quilombo Rio dos Macacos não está sozinho, nem nenhum de nós que estamos envolvidos com esta luta. Há muito a ser feito ainda. Fiquemos atentos. 

Espero que a informação tenha sido transmitida a contento. Tentarei publicar algumas fotos que fiz do campo de batalha. Digam-me se estamos exagerando ao adjetivarmos de Guerra o que aquela comunidade tem vivido.

P.S.: Ah, por favor, alguém defina Estado de Direito.

 #sejaquilomboriodosmacacosvctb

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Imagens do protesto contra o racismo dentro do Shopping Higienópolis

O Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra, promoveu ato público contra o racismo, na cidade de São Paulo, no dia 11 de fevereiro de 2012. Durante o protesto os manifestantes partiram do bairro de Santa Cecília e adentraram o Shopping Higienópolis.

De acordo com informações constantes no Youtube, abaixo do vídeo a seguir, assinaram a convocação do ato: Amparar (Assoc. de Amigos e Familiares de Presos/as), Anastácia Livre, Centro Acadêmico de Ciências Sociais Florestan Fernandes (Uninove), Centro de Resistência Negra, Círculo Palmarino, Coletivo AnarcoPunk SP, Coletivo Anti-Homofobia, CONEN, Consulta Popular, Empregafro, Força Ativa, Fórum Popular de Saúde, Juventude Socialista, Levante Popular da Juventude, Mães de Maio, Movimento Negro Unificado (MNU), Movimento Quilombo Raça e Classe, MST, Núcleo de Consciência Negra na USP, Sarau da Brasa, Setorial LGBT da CSP-Conlutas, Sujeito Coletivo -- USP, Tribunal Popular, UNEAFRO, UNEGRO.



Grupo faz protesto antirracismo em shopping de Higienópolis

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lei sobre ensino da cultura africana e reflexões sobre o “ser branco”

Luciana Alves, pedagoga e professora de educação infantil, apresentou estudo na Faculdade de Educação da USP (FE-USP), Significados de ser branco – a brancura no corpo e para além dele. Nesse trabalho, a pesquisadora constatou que a escola apresenta um discurso racista no qual a questão da “branquitude” é fato omitido nos debates sobre raças. Isso que favorece o entendimento de que o branco possa sentir-se superior e neutro em relação ao tema e que se perpetuem os estereótipos sobre o “ser negro”.

Para Alves, ações afirmativas, como a lei sobre ensino da cultura africana, só fazem sentido se forem realizadas em ambiente de reflexão e reconstrução sobre o “ser branco”.

Para saber o que pensavam sobre “o que é ser branco no Brasil”, Alves entrevistou dez professores de ensino básico, dos quais, quatro se autodeclararam brancos e seis negros. Eles foram selecionados por Alves quando participavam de um curso sobre a Lei 10639/2003, que obriga o ensino de cultura e história africana e afro-brasileira nas escolas.

Alves comenta que cerca de 50% da população brasileira se autodeclara branca, o que demonstra que o discurso corrente sobre a miscigenação mascara razões que levam as pessoas a se declararem brancas, mesmo tendo origem mestiça. Alves reconhece que os significados de “ser branco” situam-se para além da cor da pele. Trata-se de um conjunto de características atribuídas culturalmente às pessoas que se reconhecem e são reconhecidas em suas comunidades como brancos.

Ao declarar que “ser branco é não ser negro”, um dos entrevistados deixou em evidência que o significado de ser negro é construído como o contrário de ser branco. Associadas a essa distinção, aliam-se ao branco características socialmente tidas como positivas, enquanto ao negro agregam-se características negativas. Por exemplo, a inteligência, a castidade, a beleza, a riqueza, a erudição e a limpeza, seriam características de um “negro de alma branca”, expressão utilizada por um dos professores entrevistados.

Nas entrevistas dos negros, além da reafirmação da positividade da “branquitude”, o discurso revelou sensação de medo, insegurança, opressão e desconfiança - o que recupera e atualiza a imagem histórica do branco como potencialmente opressor para o negro.

Segundo Alves, “é preciso entender que os brancos também formam um grupo racial que defende seus interesses, e acabam se beneficiando, direta ou indiretamente com o racismo”.  No ambiente escolar, a ideia da superioridade do branco deveria ser questionada. “É aí que entra a formação adequada dos professores, como aposta para que a idealização branca deixe de ser objeto de desejo para negros e brancos, pois ela pressupõe hierarquia”, argumenta a pesquisadora.

Mais informações: (11) 9787-6427 - email: luciana_lualves@yahoo.com.br

Fonte: Agência USP de Notícias, Brasil atualiza o racismo por não discutir “branquitude”, por Glenda Almeida (glenda.almeida@usp.br), 8/12/2010.

domingo, 22 de agosto de 2010

Baixar Sankofa - Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana


 Essa revista é publicada pelo Núcleo de Estudos de África, Colonialidade e Cultura Política do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, sob orientação do Prof. Dr. Wilson do Nascimento Barbosa. O primeiro número é datado de junho de 2008 e contém os tópicos abaixo relacionados.

De acordo com os editores, Sankofa pode ser representado como um pássaro mítico que voa para frente, tendo a cabeça voltada para trás e carregando no seu bico um ovo, o futuro. [...] Sankofa ensinaria a possibilidade de voltar atrás, às nossas raízes, para poder realizar nosso potencial para avançar.

 Artigos
Da `Nbandla à Umbanda: transformações na cultura afro-brasileira. Wilson do Nascimento Barbosa
Uma reprodução simbólica do universo social: o sepultamento de escravos no cemitério dos Pretos Novos, no Rio de Janeiro dos séculos XVII a XIX. Júlio César Medeiros da S. Pereira
Eurocentrismo, história e história da África. Muryatan Santana Barbosa
A linguagem do ‘amor colonial’: o discurso do poder pastoral na justificação da escravidão. Carlos Henrique R. de Siqueira
Resenha
Donald Woods: Homem de convicções e coragem! Wilson Gomes de Almeida
Documentação
La presencia de población negra en Santa María de la Antigua del Darién, 1510-1525. Lorena Camacho Muete
Entrevista
Kabengele Munanga: “África e Imagens de África”

Para fazer download do periódico, que está em sua 8ª edição (em 20 de junho de 2012), clique em