Baile do Carmo, de autoria de Daniel Eiji Hanai e direção de Shaynna Pidori, abrirá a mostra de filmes. Nesse documentário registram-se os preparativos para o famoso Baile do Carmo, representante de sólida manifestação da cultura negra em Araraquara SP e símbolo de resistência, celebrando a identidade afro-brasileira.
O próximo filme a ser exibido é Hoje tem alegria, um curta de Fábio Meira, ganhador da 16ª. edição do "É tudo verdade - Festival Internacional de Documentários". Testemunha o cotidiano de três circos no norte e nordeste do Brasil, focando três personagens míticos da tradição circense brasileira: Índia Morena, mágico Alakasan e Ruy Raiol. Será apresentado dia 28 de abril.
Eis a sequência de filmes a serem exibidos, com sinopse divulgada por e-mail pela TV Brasil:
A boca do mundo -Exu no Candomblé - 05/05/2011, autoria e direção de Eliane Coster, propõe uma abordagem etnográfica e experimental sobre as múltiplas manifestações culturais de Exu, orixá/deus da religião afro-brasileira Candomblé. Traz depoimentos de Mãe Beata de Iemanjá, ialorixá do Rio de Janeiro, entre outras pessoas.
Quindim de Pessach - 12/05/2011 - de Viviane Lessa Peres e direção de Olindo Etevam, apresenta o encontro entre a cultura brasileira e a judaica, através da culinária, retratando o modo como esse saber foi transmitido pelas matriarcas judias às sua cozinheiras brasileiras, que acabaram por aprender também todos os costumes relacionados à comida judaica, além de acrescentarem a ela os sabores da culinária brasileira.
Dona Joventina - 19/05/2011 - de Clarice Kubrusly, que também dirige, juntamente com Milena Sá. Exibe as polêmicas “biografias” de Dona Joventina, boneca do maracatu "Estrela Brilhante". A escultura de madeira escura ficou durante 30 anos (1965-1996) sob a posse da pesquisadora Katarina Real, antes de ser doada ao acervo do Museu do Homem do Nordeste, em Recife.
João da Mata falado - 26/05/2011 - de Ana Stela Cunha, com direção de Vicente Simão Júnior e Ana Stela cunha. Os encantados, tema do documentário, são entidades que figuram nos Pajés – religião de matriz negro-africana praticada mais extensamente na borda oeste do Estado do Maranhão, Brasil. O filme centra a atenção na família de João da Mata, um encantado pertencente à linha dos “caboclos”, e que é conhecido por praticar curas (físicas ou espirituais). Essas definições são maleáveis e oscilam segundo a casa e a experiência de cada praticante/Pajé.
Palavras sem fronteira – tradições orais nos limites do Brasil - 02/06/2011 - com autoria e direção de Luciana Hartmann. Consiste em filme contadores de causos/cuentos que habitam a tríplice fronteira entre o Brasil, o Uruguai e a Argentina. São privilegiados os encontros entre os habitantes da região, muitos deles casais de diferentes nacionalidades, famílias ou grupos de amigos que em “rodas de causos” multiculturais revelam, através de suas histórias, as riquezas e peculiaridades que caracterizam o viver “na fronteira”.
Soldados da borracha - 09/06/2011 - autoria e direção de Cesar Garcia Lima. Revela que a maioria dos seringueiros que extraíam borracha na Amazônia para ajudar os Aliados, durante a Segunda Guerra Mundial, morreu sem nenhuma assistência na própria floresta que a propaganda de guerra divulgava como paraíso.
Assista à primeira parte desse documentário da TV Cultura sobre o mesmo tema:
Veja o curta-metragem de alunos do terceiro ano do ensino médio do Centro Educacional La Salle (234), com o objetivo de demonstrar em poucos minutos a importância do ciclo da borracha e do verdadeiro 'escravo do capital' em tal enredo, o seringueiro, que sofreu de exploração em parte de dívidas com o Coronel ou mais conhecido como Seringalista, dono do terreno ou fazenda destinada a extração da borracha.
No rastro - 16/06/2011 - com autoria e direção de Marcus Antonio Moura Tavares. Zé Valadão, de 96 anos é um dos últimos representantes de um tipo de sertanejo em extinção: os rastejadores. Ao lado dos irmãos Chagas, Assis e Antonio, já falecidos, transformou-se em verdadeira lenda na região. A palavra de um Valadão valia mais que a sentença de um juiz ou um informe de detetive. Se alguém passasse por eles na vida e deixasse alguma marca no pedregoso e duro chão nordestino, jamais esqueceriam. Hoje ainda trabalha em sua pequena roça de milho e na criação de algumas vacas e cabras, além de observar atentamente o progresso do neto e de um sobrinho nas artes e técnicas do rastejar.
Vento Leste - 23/06/2011- autoria e direção de Joel de Almeida. É um filme recheado de lirismo que mostra a viagem de dois dos últimos saveiros comerciais da Baía de Todos os Santos: o É da vida, que sai da tradicional localidade de Maragogipinho, carregado de cerâmicas, e o Sombra da lua, que sai de Maragogipe, carregado de frutas, verduras e carnes defumadas, ambos com destino a Salvador. Durante o trajeto, os mestres tripulantes revelam suas experiências de vida, fatos históricos e lendas da região.
Kusiwarã Jarãkõ – as marcas e criaturas de Cobra Grande - 30/06/2011 - de Dominique Tilkin Gallois e direção de Gianni Maria Puzzo. Cuida das formas de criação e recriação dos padrões gráficos que constituem um dos saberes valiosos ( juntamente com cantos, danças e diversas tecnologias) apropriados pelos Wajãpi em seus contatos com os donos da água e da floresta. Cobra-Grande, dono e controlador do universo aquático, está presente na vida cotidiana dos Wajãpi, que comentam, no filme, os modos adequados de se comportar e conviver com ele.
Lá do Leste - 07/07/2011 - de Carolina Caffé , que também dirige, junto de Rose Satiko Gitirana Hikiji. Street dance, grafite, rap e gospel. O filme mostra como a experiência periférica urbana tem um lugar central na produção dos artistas de Cidade Tiradentes, que cresceram junto com o distrito paulista e em suas obras dialogam com seus desafios e sonhos. A Cidade Tiradentes é o maior complexo de conjuntos habitacionais populares da América Latina, lugar marcado pela exclusão, com loteamentos clandestinos e favelas, no qual a população orquestra suas dificuldades com dinâmicas próprias de sociabilidade, moradia e apropriação do território.
Curandeiros do Jarê -14/07/2011 - de Camilla Dutervil e direção de Marcelo Abreu Góis. Mostra a história de Ademário, filho de santo do Jarê. Percorre o universo mítico da cura, da relação com a natureza e dos conhecimentos ancestrais que os curandeiros detêm sobre a medicina natural. O Jarê das Lavras Diamantinas existe somente na região da Chapada e é uma face do Candomblé muito pouco estudada e reconhecida no Brasil. Ademário, Ogan da Casa de Jarê de Pai Gil de Ogum, luta contra uma grave doença cardíaca que o faz iniciar uma jornada de fé e coragem em busca da cura. Durante seu caminho, o mundo físico e o espiritual se unem e as fronteiras das experiências terrenas são eliminadas, aproximando os vivos, os mortos e os encantados.
As escravas da Mãe de Deus - 21/07/2011 - de Decleoma Lobato Pereira e direção de Áurea Pinheiro, e Cássia Moura. Focaliza a folia popular “Escravas da Mãe de Deus da Piedade”, que ocorre na região de Igarapé do Lago, distrito do Município de Mazagão, no Amapá, em louvor a Nossa Senhora da Piedade. Busca-se uma composição entre palavras, gestos e sons, uma composição de sons originais das rezas, ladainhas, batuques e paisagem natural, a partir dos recursos da etnografia e da música, sem perder de vista uma verossimilhança com o ritual e suas características originais.
Eu tenho a palavra - 28/07/2011 - autoria e direção de Lilian Solá Santiago. Uma viagem linguística em busca das origens africanas da cultura brasileira. O antigo reino do Congo foi a origem da maioria dos africanos escravizados no Brasil que, no cativeiro, criaram diversos dialetos para que pudessem se comunicar livremente. A “língua do negro da Costa” é um desses dialetos, ainda preservado na comunidade remanescente de quilombo de Tabatinga (Bom Despacho, MG). O idioma é composto por um português rural do Brasil Colônia e línguas do grupo Banto, com predomínio do quimbundo e mbundo, faladas até hoje em Angola.
Mbaraká – a palavra que age - 04/08/2011- de Spensy Kmitta Pimentel e direção de Edgar Teodoro da Cunha. Baseado em entrevistas com os xamãs nhanderu e em registros dos seus cantos, danças e cerimônias, o filme aborda o universo dos cantos xamânicos por meio dos aspectos performáticos da palavra, da sonoridade, do gesto, da dimensão onírica e de volição mobilizada pelo canto. Se a palavra pode ser história, mito e narrativa, entre os Guarani-Kaiowá ela também é poesia e profecia: um canto de esperança em um futuro melhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre aqui suas impressões ou dúvidas relacionadas ao tema.