sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Truculência da PM na USP gera ocupação de prédio da administração da FFLCH #OcupaUSP

A Polícia Militar promove mais um ato de violenta repressão contra os estudantes da USP. O fato ocorreu no início da noite de ontem, 27 de outubro de 2011. Indignados, os estudantes ocuparam o prédio da Administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde se deu o incidente.

No vídeo abaixo, cenas da violência da PM. Leia o correto relato dos fatos nos links do DCE Livre da USP e outras fontes, postados a seguir:

A PM dentro do prédio de Ciências Sociais e Filosofia:
Ocupa USP no Facebook
Sindicato da USP apoia ocupação contra PM no câmpus
A PM na USP
Áudio publicado pelo Jornal Brasil Atual dando conta dos últimos acontecimentos
Reitoria promove a militarização para não discutir a USP, dizem manifestantes

 Depoimento de estudante da USP
      
Explicação dos estudantes:
Começo da confusão que culminou no confronto físico com a polícia e com a ocupação do Prédio da Administração da FFLCH - USP (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Policiais tentaram prender três estudantes da FFLCH por uso de maconha. Os alunos se revoltaram com a entrada dos PMs armados no prédio da faculdade.

A questão é que a manifestação dos estudantes não foi pela defesa do consumo livre de maconha na universidade. A tentativa de prisão foi só o estopim pra manifestação contra a presença da PM no campus. A polícia nunca patrulhou a USP antes de Rodas assumir a reitoria.

A USP é um território onde DEVERIA existir a autonomia universitária. Autonomia não para usar drogas, mas autonomia para livre pensamento, organização e manifestação. O problema é que o reitor Rodas usa a Polícia Militar como seus cãos de guarda para cercear o direito de alunos e funcionários pensarem, se organizarem e se manifestarem em defesa de suas demandas. Por exemplo, durante a greve dos trabalhadores em 2009 (direito adquirido, constitucional), o Reitor, em vez de receber o sindicato dos funcionários, ouvir suas demandas e negociar o fim da greve, simplesmente acionou a TROPA DE CHOQUE e mandou descer a porrada nos manifestantes. É exatamente a mesma atitude que ele toma em relação aos estudantes.

A PM cercea o direito a livre organização política. A maioria dos estudantes da USP são politizados, e isso preocupa a administração, pois não costumamos ficar quietos quando vemos coisas erradas. Está se falando muito em corrupção na política, e a corrupção nas autarquias, quem fiscaliza? O orçamento da USP é maior que o de 95% dos municípios paulistas.

Poucos sabem que o Rodas está sendo acusado de indicar para altos cargos de direção funcionários não concursados, o que é proibido. Além disso, ele está tocando duas obras no mínimo questionáveis (construção de centros de convenções), orçadas em 240 milhões de reais (Dinheiro Público!). A necessidade dessas construções não foi debatida com a comunidade universitária. E se os estudantes tentarem se manifestar para tentar passar essa mensagem para a sociedade, vem a tropa de choque na hora.

A visão dos estudantes não é levada a sério pela imprensa, que publica informações parciais. Estava olhando aqui uma reportagem que falava que os estudantes cobriam a cara e não queriam aparecer nas fotos porque sabiam que estavam errados. A verdade é que os estudantes protegem a cara para não serem identificados pela administração, senão correm o risco de sofrerem processos administrativos para serem expulsos da USP, como aconteceu com vários estudantes que ocuparam a reitoria em 2007. O direito de livre pensamento, organização e manifestação é restringido pelo medo de ser expulso e impedido de concluir a graduação.       

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Registre aqui suas impressões ou dúvidas relacionadas ao tema.