sábado, 2 de junho de 2012

Vídeo com depoimento dos índios põe à mostra o impacto de Belo Monte à saúde indígena


Vídeo (do canal Medialivre), com depoimentos dos indígenas, põe à mostra o impacto que a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte traz à saúde indígena, como já denunciava o site do movimento Xingu Vivo, em matéria publicada no dia 6 de outubro de 2011, devido ao não cumprimento das condicionantes para a execução do megaempreendimento na Amazônia.



De acordo com fontes ligadas à Funai, a reestruturação do atendimento à saúde indígena (condicionante da LI) está completamente parada. O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), responsável pelo setor de saúde nas aldeias, está desestruturado e atualmente dez aldeias da região de Altamira não contam sequer com técnicos de enfermagem, que, após cinco meses sem receberem salários, foram forçados a abandonar os locais de trabalho. Com isso, a remoção de pessoas enfermas das aldeias está praticamente paralisada e acaba sendo feita pelos próprios parentes.

Já em Altamira, a Casa de Transito (Casai), onde os doentes devem permanecer pelo período de recuperação, “é imunda, está superlotada, não tem estrutura e regularmente doentes são mandados de volta às aldeias antes do fim dos tratamentos”, informam as fontes.

Entre os principais problemas de saúde indígena estão os casos de malária, que praticamente dobraram nos últimos meses. “Se temos três pessoas infectadas na aldeia e elas não são removidas, em curto espaço de tempo já temos 20 novos contaminados”, explica um funcionário da Funai. Também os casos de mortalidade infantil vêm se agravando, atingindo hoje o dobro da média nacional. “Só este ano, quatro crianças indígenas morreram”, explica outro funcionário. De acordo com as fontes, o Plano Emergencial que deveria ter sido elaborado pela Norte Energia ainda em 2010 seria assinado com o DSEI apenas no final deste ano.

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